sábado, 6 de junho de 2009

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Caso você queira posso passar seu terno, aquele que você não usa por estar amarrotado.

Costuro as suas meias para o longo inverno...

Use capa de chuva, não quero ter você molhado.

Se de noite fizer aquele tão esperado frio poderei cobrir-lhe com o meu corpo inteiro.

E verás como minha a minha pele de algodão macio, agora quente, será fresca quando janeiro.

Nos meses de outono eu varro a sua varanda, para deitarmos debaixo de todos os planetas.

O meu cheiro te acolherá com toques de lavanda - Em mim há outras mulheres e algumas ninfetas - Depois plantarei para ti margaridas da primavera e aí no meu corpo somente você e leves vestidos, para serem tirados pelo total desejo de quimera.

Os meus desejos irei ver nos teus olhos refletidos.

Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.

Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.

(Nem vou deixar - mesmo querendo - nenhuma fotografia.Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda a minha poesia)

Fernanda Young

Inteligente, criativa, poética, comtemporânea... características que descrevem muito bem essa escritora! Se você ainda não conheço os textos de Fernanda Young...o que está esperando? Google it! Vale a pena!

Ah e depois comente aqui!

Beijos


Nick* Fabrini

terça-feira, 2 de junho de 2009

João e Maria


Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país


Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido


Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

Chico Buarque


Definitivamente AMO esse poema/música. Desde que eu li num livrinho de poemas infantis há muito tempo atrás eu sou apaixonada por ele que mostra de um jeito tão puro a inocência e imaginação da nossa infãncia, os nossos heróis, nossos reinos, nossas grandes batalhas de jardim. Bate um certa nostalgia das bonecas, dos amigos, das tias da escola, dos desenhos animados...Tempinho bom, viu!
Acho que esse poema é um forma de nos dizer para nunca esquecermos desses dias mágicos, sempre lembrarmos que um dia fomos puros, sonhadores, crianças...Sábias pessoinhas!
E como diz o Grande Renato Russo ( meu ídolo): "Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo."
Aproveitando a deixa, vou dedicar o post ao meu pequeno grande amor: Antônio!
Espero que tenham gostado!
Beijos
Nick* Fabrini