quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Amor Antigo



O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.


Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o amor antigo, porém nunca fenece
e a cada dia surge mais amante

Mais ardente, mais pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,

e resplandece no seu canto obscuro,

tanto mais velho quanto mais amor.

CARLOS DRUMMOND ANDRADE



Nick* Fabrini

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Voltando...

"Ó homens superiores,
Que vos parece?

Sou um adivinho?
Um decifrador de sonhos?
Um sino de meia-noite?
Uma gota de orvalho?
Um vapor e perfume de eternidade?

Não ouvis?
Não sentis o aroma?
Meu mundo acaba de se comsumar,
meia-noite é também meio-dia...

A dor é também prazer,
a maldição também benção,
a noite é também um sol.

-Ide e aprendei:
Um sábio também é eu parvo."


Voltando com o blog...
Descobri que não posso deixar aquilo que me mantem viva e me faz pulsar!


Nick* Fabrini