quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Especial: Neruda III




Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas escuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, escondida, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o estreitado aroma que subiu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem de onde,
te amo diretamente, sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo em não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sono.

Pablo Neruda - De Cien sonetos de amor


Considero este poema um dos sonetos de amor mais lindos que existe. Não há palavras para descrever tanta sensiblilidade e beleza. Perfeito!



Nick* Fabrini


Um comentário:

  1. simplesmente perfeito esseee...
    mto lindo msm
    profundo, um dos melhores...

    eita sensibilidade aguçadaa!

    te amo flor
    te amo como se amam certas coisas escuras...

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